24 de março de 2011

Novo uniforme do Vasco é lançado em evento contra o racismo

Novo uniforme do Vasco é lançado em evento contra a discriminação de raças.

Além do tradicional desfile com os jogadores, clube promoveu simpósio para debater o assunto.

 

Em grande evento na manhã desta quinta-feira, na Sede Náutica da Lagoa, o Vasco lançou a nova terceira camisa. O goleiro Fernando Prass, o zagueiro Dedé e o apoiador Bernardo foram os modelos escolhidos e desfilaram com o novo uniforme. A estreia vai acontecer na partida contra o Bangu, dia 3 de abril, válida pela sexta rodada da Taça Rio, às 16h, em São Januário.
A terceira camisa faz alusão ao histórico time que ficou conhecido como Camisas Negras. Na época, o Vasco foi o primeiro clube grande a permitir negros em seu elenco no Brasil, entre 1923 e 1924, negando a solicitação da federação, que pedia a retirada de 12 jogadores negros do time. No lado esquerdo do peito da camisa, há a imagem de uma mão espalmada em preto e branco. E, na gola, está escrito "Democracia e inclusão".
Tomando como base esta história, um simpósio discutiu o tema "Racismo no Futebol" antes do desfile dos jogadores. Estiveram presentes na mesa, ao lado do presidente Roberto Dinamite, outros dirigentes do clube, além de especialistas sobre o assunto. Dinamite disse se sentir orgulhoso por fazer parte de um clube - primeiro como jogador e agora como dirigente - que foi tão importante para a igualdade racial no país e por poder reviver esta história.
- Estamos dando continuidade a um processo muito importante na história do nosso futebol. O Vasco e a sua diretoria enfrentaram tudo e todos em busca dessa igualdade. Sem eles, as portas para o maior jogador da história do futebol mundial, o nosso Pelé, poderiam estar fechadas até hoje - afirmou.
Dedé disse estar orgulhoso de poder vestir uma camisa com tanto poder simbólico. O zagueiro disse que nunca sofreu racismo em campo, mas que sofre quando sabe de casos envolvendo outros atletas - o exemplo mais recente foi lateral Roberto Carlos, nesta semana, na Rússia.
- É muito bom relembrar esse passado bonito do clube. Isso comove também a torcida. Achei a camisa bonita, e vamos ter orgulho em vesti-la. Tem a cara do Vasco, e agora temos que honrá-la em campo. O movimento contra o racismo é muito importante, porque ele não acabou no mundo. Eu felizmente nunca sofri com isso em campo. Sempre fui respeitado onde joguei. Quando vejo o que acontece com alguns atletas na Europa, sinto na pele. Tento reverter tudo isso em motivação, acaba me fortalecendo.
O diretor de marketing vascaíno, Marcos Blanco, disse que o clube tem uma meta ambiciosa. O objetivo é superar o número de venda da antiga terceira camisa, da cruz templária, que foi comprada por cerca de 100 mil torcedores. Ele avisou que fará mais ações promocionais para incentivar a torcida.
- Na semana passada, o assunto já surgiu forte com a presença do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ainda faremos uma série de ações para promover a camisa. Vamos estreá-la contra o Bangu, um jogo que será transmitido em TV aberta, em São Januário. Estimamos superar o número de vendas da camisa templária.
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