16 de julho de 2010

Confira estudo com a evolução financeira recente do Vasco e de outros clubes Temos aqui um novo estudo da Casual Auditores Independentes, que trabalha


Temos aqui um novo estudo da Casual Auditores Independentes, que trabalha no mercado do futebol há anos, agora sobre as receitas e os custos do futebol dos clubes brasileiros em 2009.

Esse estudo engloba 16 clubes que alcançaram uma receita mínima de 10 milhões de reais e que tinham suas demonstrações contábeis disponíveis por ocasião da produção desse trabalho (alguns desses números já foram apresentados no diário Lance, anteriormente; a parte referente às receitas operacionais reais, sem transferências, é criação deste OCE).

Os dados serão apresentados em dois posts, com tabelas e gráficos produzidos pela Casual, cobrindo os seguintes pontos:


- Superávit / (Déficit) – Global;

- Receita total;

- Segregação das receitas;

- Superávit / (Déficit) – Futebol;

- Receitas do futebol;

- Custos do futebol.

Todos os comentários são meus, o que significa, portanto, que erros de avaliação serão de minha autoria.

Há alguns anos venho dizendo que nossos clubes, de maneira geral, têm melhorado suas gestões. Claro, para dizer isso precisamos analisar um período de alguns anos, vendo todo o cenário e não cada clube individualmente, pois analisando um a um os problemas e os erros ganham vulto maior e, inevitavelmente, obscurecem a visão geral. Já no estudo anterior, sobre as dívidas dos clubes, a primeira parte da análise da Casual, falando do quadro geral, terminava com menções positivas a alguns clubes: “Denota-se uma visão profissional, pois, nesses casos, indica que não há preocupação na discussão de qual gestão criou os passivos, mas de clube buscando soluções para toda sua coletividade.“

Apesar disso, esse estudo sobre as dívidas mostra que elas cresceram em vários clubes, em alguns casos por confissões de dívidas do passado, em outros por problemas correntes. Não há, portanto, motivos para grandes comemorações. Vamos, então, à primeira tabela.


Apenas três clubes fecharam suas contas no azul, ou seja, com superávit, em 2009. A grande surpresa foi o superávit alcançado pelo Clube Atlético Paranaense, deixando para trás Corinthians e São Paulo, que também apresentaram resultados superavitários. Desses três, somente Corinthians e São Paulo também foram superavitários em 2008.

A razão de ser de um clube não é o lucro, mesmo porque este, configurado tal como o conhecemos, não existe nos clubes. Em seu lugar temos a figura do superávit ou déficit. Se este não é a razão de ser, ao contrário de uma empresa que existe para gerar lucro – o superávit que é distribuído entre os sócios –, é saudável que haja uma sobrinha no final do exercício. Nem sempre o azul contábil corresponde ao azul cash, o azul-caixa, ou seja, o balanço pode ser lindamente positivo e ainda assim o clube apresentar problemas de caixa (vide, por exemplo, os dois posts recentes sobre o Barcelona).

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